Composição com quadros de variados tamanhos e propostas artísticas pode conter objetos do acervo pessoal,bem como fine art, fotografias e gravuras
No projeto realizado pelas profissionais do escritório Paiva e Passarini – Arquitetura, a parede em tijolo de demolição recebeu ampla galeria com molduras do mesmo estilo, apostando em uma estratégia geométrica, Paspatur padronizado e cores mais neutras para equilibrar com o décor do restante do ambiente, rico em estampas e texturas.

Personalidade, movimento e interesse: a gallery wall é aquela composição que sempre chama o olhar ao se entrar em uma casa ou apartamento. Capaz de contar a história de alguém através de peças colecionadas ao longo da vida, ou simplesmente trazer um toque artístico ao cômodo, o termo nada mais é do que a distribuição de quadros em uma (ou mais) paredes. Já que essa distribuição pode ser feita de diversas maneiras, as arquitetas Vanessa Paiva e Claudia Passarini, à frente do escritório Paiva e Passarini – Arquitetura, reúnem dicas envolvendo a criação da ‘parede de galeria’.
“Nós amamos trabalhar com esse detalhe que contribui muito para o décor. Inclusive, quase sempre é um ponto de conversa para quem visita, pois existe todo aquele mistério de entender o motivo da seleção de determinadas peças e de onde elas vieram. Isso é bastante interessante”, explica Claudia. O primeiro aspecto a se levar em consideração, e possivelmente o mais importante, é a localização da parede que receberá os quadros, que deve responder algumas perguntas essenciais: – será em um espaço amplo ou muito estreito? Terá uma boa visualização para quem deseja admirá-la e será possível entender toda a informação que se deseja passar a partir daquela perspectiva? Entender essas questões é o pontapé inicial para montá-la e, acordo com as especialistas, as áreas de convívio, como o living, são geralmente os lugares mais próprios para orgulhosamente exibir essa exposição particular.
Pinturas, objetos e molduras: como criar um mix coerente?
Desde o clássico até o mais despojado e jovial, o estilo dessa composição artística dependerá da personalidade do morador e, é claro, da linguagem do restante do cômodo. A dupla por trás do Paiva e Passarini – Arquitetura frisa, no entanto, que não é necessário investir em pinturas caras ou obras assinadas para se criar uma galeria marcante. Pelo contrário: às vezes, uma lembrancinha, cartão-postal ou souvenir são suficientes para formular um recorte cheio de significado.
Molduras
Um jeito ‘fácil’ de acertar na execução é apostar em molduras que conversem uma com a outra – mas isso não quer dizer que elas devam ser exatamente iguais. O que precisa harmonizar é o seu estilo, portanto, quadros mais rebuscados, de acabamento dourado ou prata, se a ideia é elaborar algo clássico; contornos retos, sem detalhes, preto ou branco, caso o objetivo seja um ar moderno e contemporâneo. Mas também é surpreendente inserir uma ou outra moldura que fuja completamente do padrão, quebrando o estilo predominante para trazer um elemento inusitado.
Exemplo que ilustra as muitas possibilidades da gallery wall: aqui, a parede atrás da adega foi eleita para receber uma ampla coleção. Os quadros se conectam bem, a partir do Paspatur e das molduras trabalhadas em tons de branco, preto e bege. Atenção especial ao pincel, que orna a estrutura por si só

A coleção da sogra, de quadros antiquíssimos e muito clássicos, tornou a escada da moradora desta casa um local muito mais interessante. A herança foi composta com um espelho com ares vitorianos e dá um charme extra à passagem

Pinturas e objetos
O que, de fato, vai nessas molduras é um ponto bastante interessante, pois é o fator principal que tornará aquela gallery wall personalizada. É exatamente por isso que um dos caminhos mais produtivos é buscar, no acervo pessoal, pequenos objetos que tenham significado afetivo e que façam sentido para o morador – uma curadoria que transmita prazer em observar diariamente. Uma carta antiga, escrita à mão, lembrança de viagens e a folha de uma receita da avó são apenas alguns exemplos.
Uma galeria formada exclusivamente por objetos com valor sentimental: assim é a gallery wall na casa da arquiteta Vanessa Paiva. O desenvolvimento desse aspecto do projeto nasce a partir do centro, com a pintura de dimensão maior. Essa é, inclusive, uma das dicas da especialista para se obter sucesso na execução: entender o ponto central e montar o restante em seu entorno

As gravuras entram para balancear essas peças, formando um mix agradável. A atenção com esse aspecto deve ser na qualidade: impressões de baixa resolução comprometem gravemente o design.
Quantidade e tamanho
Engana-se quem pensa que é necessário ter um grande volume de quadros para executar a galeria, pois a decisão sobre a quantidade de molduras varia muito de acordo com as dimensões da parede.
Inspirado no clássico pub britânico, o ambiente estende seu simbolismo até nas paredes, onde quadros temáticos reunidos pela família ao longo dos anos trazem ainda mais personalidade ao espaço descontraído

Ainda assim, quando se tem disponível um espaço reduzido e um grande acervo, a dica é apostar em Paspatur menor e molduras finas e delicadas, de forma que a área disponível realmente seja ocupada pelos elementos.
Já pensando nos tamanhos, que, assim como as molduras, não precisam ser idênticos, Vanessa e Claudia sugerem não extrapolar muito. Ou seja, trazer para a cena proporções extremamente diferentes – essa é a orientação para evitar erros, porém a dupla também ressalta que ousar é sempre válido. “Particularmente, eu gosto de arriscar. O divertido é se aventurar por esse caminho para alcançar um resultado que reflete a nossa essência”, finaliza Vanessa.
Claudia e Vanessa revelam como não errar na hora de fixar os quadros na parede: antes de pregar qualquer prego ou colar a fita adesiva, o melhor é distribuí-los no chão para visualizar a composição. Só depois que esse aspecto estiver bem resolvido, que se deve finalizar o mini projeto

Sobre Paiva e Passarini – Arquitetura
A parceria entre as profissionais Claudia Passarini e Vanessa Paiva é uma prova de que a sofisticação e a técnica trazem excelentes resultados. O escritório Paiva e Passarini já assinou mais de 600 projetos em 10 anos de união, tendo como pontos de destaque o atendimento aos clientes e a qualidade técnica dos projetos. A dupla imprime a sofisticação de uma maneira que atenda às necessidades reais das pessoas, engenhosamente combinando a marca Paiva e Passarini com a expectativa dos clientes para realizar sonhos.