Arquiteta Elisa Maretti revela como os desenhos tridimensionais contribuem para o entendimento e o alinhamento de expectativas sobre o projeto arquitetônico


Se no passado o processo de entendimento de um projeto arquitetônico era quase um exercício de imaginação para o cliente – e motivo de apreensão para os profissionais – hoje a tecnologia 3D revolucionou essa comunicação. Com imagens realistas e detalhadas, ficou muito mais fácil visualizar o que antes só existia na planta e na cabeça de quem está à frente da execução. Mas, mesmo com toda essa inovação, projetar continua sendo um processo desafiador, como afirma a arquiteta Elisa Maretti :”Hoje trabalhamos com muito mais minúcias, e em geral o cliente se envolve em todos os detalhes do processo”, diz.
À frente de seu escritório homônimo, ela explica que após a entrega do projeto tridimensional variações pontuais podem surgir durante a execução. “Questões técnicas, limitações no orçamento, disponibilidade de materiais ou até novas demandas dos clientes são fatores comuns. O 3D é uma representação idealizada, mas a obra é um caminho dinâmico que exige adaptação”, pondera.
De acordo com a profissional, o objetivo é sempre manter fidelidade frente à proposta original, mesmo quando ajustes são inevitáveis. “É fundamental preservar a essência, sempre equilibrando funcionalidade, estética e viabilidade em cada decisão”. E para mostrar como tudo isso acontece, Elisa levantou alguns cases que comprovam suas colocações. Acompanhe:
Apartamento Alameda


No apartamento de 92 m², Elisa sugeriu um jardim vertical para destacar a parede atrás do sofá. A proposta, porém, deu lugar a uma descoberta inesperada: o casal se encantou pelo charme rústico do concreto aparente, já presente na estrutura original, e decidiu preservá-lo como protagonista do ambiente.
O toque de cor veio de outra escolha – um tapete redondo e vibrante, que substituiu a peça inicial. “A mudança conferiu um ar mais leve e descontraído ao ambiente, ideal para receber visitas e para o dia a dia dos moradores”, explica a arquiteta.
No hall de entrada assinado pela arquiteta Elisa Maretti, o verde atuou como ponto focal. Já os objetos decorativos passaram por uma curadoria diferente em relação ao projeto 3D original, resultando em uma composição mais afinada com o estilo dos moradores.


O ambiente que passou pela alteração mais significativa foi o home office, originalmente planejado com um papel de parede em tom avermelhado. Segundo a arquiteta Elisa Maretti, os clientes optaram por adiar a aplicação, mas ainda têm a intenção de incluí-lo no futuro.


Apartamento para mãe e filha
Pouquíssimos detalhes diferem este apartamento de 62 m² do seu projeto 3D idealizado pela arquiteta Elisa Maretti. Por aqui é notável a precisão do planejamento e a fidelidade na execução.


Neste refúgio acolhedor pensado para mãe e filha, o projeto 3D foi concretizado com plena fidelidade. Apesar de pequenas alterações na marcenaria e na paleta de cores dos dormitórios, a arquiteta destaca que a concepção original foi preservada do início ao fim.
“O projeto materializado preservou a alma do que propusemos”, reflete a profissional. “As remodelações apenas aperfeiçoaram a funcionalidade, sem perder a conexão emocional que planejamos desde o início”, complementa.
Em uma versão anterior, o projeto incluiria tijolinhos aparentes e o mobiliário acompanharia um tom pêssego. No entanto, após avaliar as opções, a cliente optou por seguir outro caminho estético.

No dormitório da filha (à esquerda), os quadros da imagem 3D (à direita) foram substituídos pelas prateleiras e a proteção lateral da cama saiu do verde para um tom amadeirado.


O quarto principal (à esquerda), elaborado pela arquiteta Elisa Maretti, manteve-se fiel ao 3D (à direita), mesmo com adaptações que incorporaram o gosto pessoal da moradora.


Clínica Inspirar
Originalmente, o piso amadeirado desta clínica teria uma paginação diferente da executada (à esquerda).


Na concepção desta clínica pediátrica, Elisa realizou um ajuste estratégico no layout para acomodar a mesinha infantil. “A médica solicitou que a posicionássemos próxima à área de café, o que nos demandou realocar o espelho para outra parede. Ainda assim, conseguimos adaptar o ambiente sem comprometer a harmonia do projeto”, detalha.
Outra mudança significativa ocorreu no balcão da recepção (à direita), inicialmente concebido com desenho orgânico e fluido. Entretanto, a versão final adotou linhas retas, resultando em visual mais limpo e funcional. Na parede oposta, o projeto previa painel com logotipo em relevo, mas foi escolhida uma placa simples para reforçar a estética minimalista.


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