Assim como propôs em seu ambiente na CASACOR São Paulo 2025, a arquiteta Janaina Casagrande defende que o banheiro, combinado com um projeto luminotécnico sensível e acolhedor, têm a força de nos propor uma pausa no automatismo da vida cotidiana

Projetado para promover a reconexão do ser humano com a sua essência e a natureza, o Banheiro Raiz, assinado pela arquiteta Janaína Casagrande na 38ª edição da CASACOR São Paulo, também lança luz – literal e metaforicamente –, sobre a importância da iluminação como promotora de bem-estar. Mais do que um recurso técnico ou estético, a luz foi tratada no ambiente como um elemento sensorial fundamental para evocar emoções, guiar percepções e favorecer a desaceleração frente à correria dos pensamentos e da rotina diária.
Especialista em Neuroarquitetura e apaixonada pela biofilia, Janaína convidou a lighting designer Tuane Lopez para juntas, cocriarem o projeto luminotécnico do Banheiro Raiz, apresentando a luz como uma espécie de autor invisível da narrativa do espaço. “A iluminação atua como moduladora sensorial, guiando padrões de ativação neural relacionados à percepção espacial e induzindo o visitante a aterrar e a se desconectar do fluxo mental automático”, explica Janaína.
Distribuída de forma estratégica, a luz permeia o espaço valorizando texturas, orientando caminhos e criando atmosferas de introspecção por meio de contrastes e sombras suaves, direcionando de maneira intuitiva o olhar e o fluxo de quem percorre o ambiente. “Enquanto você permeia o espaço, a luz conduz o seu próprio tom emocional, te convidando a buscar da fonte para ver além”, define a lighting designer Tuane Lopez.
Essa abordagem sensível encontra respaldo nos princípios da neuroarquitetura, que reconhece a influência da iluminação sobre o sistema nervoso. Assim, a escolha por temperaturas de cor mais quentes, por exemplo, contribui para conceber um ambiente acolhedor e convidativo, adequado à proposta do espaço como lugar de pausa, cuidado e reconexão.

Iluminação e bem-estar: uma premissa universal
Seja em ambientes residenciais ou comerciais, Janaína e Tuane defendem que uma iluminação bem planejada deve sempre priorizar o bem-estar. Isso significa que ela deve respeitar o ritmo biológico natural das pessoas, contribuindo para a promoção da saúde, da produtividade, do conforto visual e para a percepção espacial adequada. “A iluminação conduz a narrativa que você quer transmitir no espaço, e é ela que permite a identificação de quem o utiliza com aquele ambiente”, reforçam as profissionais.


No Banheiro Raiz, essa atenção aparece em todos os detalhes. A iluminação indireta e difusa, por fitas de LED, compõe com o revestimento das quatro cabines, vigas e pilares em MDF Freijó, transmitindo a sensação de calor e acolhimento. Sob a bancada com duas cubas de apoio e o banco, executado em lâmina sinterizada de mármore com acabamento que reproduz fielmente a estética do quartzito Taj Mahal – extraído no Ceará e de padronagem nobre e elegante –, ela direciona o fluxo ao mesmo tempo em que exalta as imperfeições do corte irregular das barras, que fazem referência às imperfeições que presenciamos em nós e na natureza.

A iluminação também foi intencionalmente pensada na cabine de amamentação (uma das quatro unissex presentes no ambiente, que inclui uma PCD), projetada de forma a respeitar o ritmo biológico do bebê e da mãe no momento do aleitamento. A luz quente de 2200K, de tonalidade amarelada e posicionada difusa e indiretamente, favorece a liberação de melatonina, hormônio regulador do sono, promovendo o relaxamento. Aliada à poltrona com apoio para os pés e ao trocador apoiado sobre a bancada suspensa, ela favorece o acolhimento e o reforço do vínculo afetivo durante a amamentação.
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