A poucos passos do Central Park, do Lincoln Center e do Museu de História Natural, em Nova York,está um prédio com uma fachada repleta de colunas circulares. Em 2015, um casal de brasileiros adquiriu um apê de 120m² na tradicional construção e contratou o arquiteto baiano Nildo José para redecorá-lo. Queriam uma morada calma, que fosse um refúgio em meio ao caos urbano de NYC, um espaço para o descanso e a reflexão. Deram liberdade para o profissional pensar o espaço como quisesse. O resultado foram ambientes onde a paz do branco é quebrada pelo colorido do mobiliário, pela vibração de cores, texturas e obras de arte. A arte local convive com a estrangeira e o design é o grande protagonista.
O poder do branco
Em todos os cômodos, a paleta neutra, traduzida sobretudo pelo branco, é uma constante. “O branco não é a ausência de cores, é a soma de todas. Se bem usado, pode imprimir elegância e tranquilidade ao ambiente”, comenta Nildo. Ele aplicou não apenas nas tintas das paredes, mas na marcenaria. Outro detalhe que deu leveza a décor foi o piso de carvalho americano bem claro. Os tons discretos foram essenciais para que a morada não ficasse repleta de informações, mas acolhesse os moradores e as visitas, sendo um verdadeiro lar.
À primeira vista, a neutralidade e a pouca informação podem dar a impressão de Nildo ser um arquiteto com estilo minimalista, próximo à linha escandinava. “Até tenho influência da corrente arquitetura escandinava, dos tons mais claros, mas também sou um fã do design americano, italiano e da cultura brasileira. Não me considero influenciado apenas pelo design escandinavo. Sou mais que isso. Sou um profissional inspirado pelo belo”, sintetiza.
O protagonismo das obras de arte
O que quebra a leveza do branco são as cores das obras de arte e as peças de marcenaria vibrantes, que ou foram importadas do Brasil ou compradas em lojas de design dos Estados Unidos. Na decoração, convivem itens desenhados pelos irmãos Campana e Frank Gehry com o design de Jorge Zalzuspin e xilogravuras nordestinas.
“Existe uma mistura paradoxal nesse projeto. A tradição do local está em elementos isolados, como na xilogravura do nordeste. Quando essas diferentes peças locais foram colocadas em conjunto, o resultado foi uma decoração cosmopolita, em que o mundo se encontra”, sintetiza Nildo José.