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Arquitetura inclusiva – residencial

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Atualmente, no Brasil, há cerca de 27 milhões de pessoas com necessidades especiais e 19 milhões de idosos, e a estimativa é que em 2024 a população com mais de 60 anos dobre. Esses números reforçam a necessidade do planejamento e concepção de espaços 100% inclusivos.

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Quando se ouve falar em arquitetura inclusiva, é comum pensar em restrições de uso do ambiente, falta de estética, design e conforto, além do encarecimento do projeto.

As normas e leis específicas sobre os direitos das pessoas com necessidades especiais (PNE) e idosos não podem ser encaradas como uma difícil adequação de espaços, mas sim como uma simples concepção do ambiente com mais qualidades e atributos que o ambiente “comum”.

Para projetar e pensar em uma residência acessível, vale lembrar dessas 7 palavras:

1. Flexibilidade
2. Simplicidade
3. Facilidade
4. Segurança
5. Eficiência
6. Conforto
7. Estética

Podemos contar com um ambiente acessível, com pequenas e estratégicas alterações em um projeto “comum”.

De forma geral, recomenda-se um ambiente clean, sem muitos móveis e ornamentos, para facilitar a circulação. A instalação de barras de segurança e iluminação específica em determinados ambientes também é recomendável. As áreas externas devem ter pisos antiderrapantes e rampas e/ou elevadores, quando necessário.

Conheça algumas recomendações da NBR 9050 (norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas que estabelece critérios e parâmetros técnicos de condições de acessibilidade aplicáveis ao projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, conforme exemplos abaixo:

Sala de Estar

Embutir o tapete para evitar que pessoas com dificuldades de mobilidade, como levantar os pés, tropecem.
Todas as janelas devem ter peitoril de 70 cm e os vãos das portas devem ter, no mínimo, 90cm.

Sala de Estar acessível.

Sala de Jantar

Uso de mesa redonda e vão livre de, pelo menos, 75 cm, para facilitar a circulação.
As tomadas devem estar a 40 cm do chão, altura mínima para uso de aparelhos sem dificuldades.

Sala de Jantar acessível. 

Cozinha

As pias devem ter a altura mínima de 85 cm, com vão livre de 73 cm, para melhor circulação.

As cozinhas com bancadas no centro (ilhas) são ideais e, se possível, todos os equipamentos devem ter acionamento elétrico.

Cozinha acessível. 

 

Banheiro

Por ser uma área molhada, esse ambiente exige atenção especial. Bons exemplos: torneira de monocomando, inclinação do espelho em 10%, altura do interruptor e tomada a 1 metro do chão, porta de correr embutida ou com abertura para fora, piso antiderrapante, utilização de barras e espaço para giro da cadeira de rodas.

Banheiro acessível.

Quarto

Cantos arredondados, dimensionamento dos armários para facilitar o acesso às roupas e calçados, portas de correr para ganhar mais espaço para o giro da cadeira de rodas (1,50m x 1,50m) e para a transferência do morador da cadeira  para a cama.

Quarto acessível. 

 

Adaptar ficou mais fácil!

A experiência mostra que o impacto no orçamento final, quando é feita a adaptação de um projeto comum para acessibilidade, fica em torno de 3% do valor total. Além disso, há alguns meses, o Governo Federal publicou uma *portaria para ampliação das linhas de crédito dos usuários com necessidade de adaptação nas suas residências.

*Portaria Interministerial Nº 604, de 24 de dezembro de 2013

Por Gabrielle Veroneze Mendes, Arquiteta da Urbanity Arquitetura.

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