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Construção e decoração sustentáveis

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Atualmente, muitos profissionais já estudam e, até mesmo, incluem em seus projetos e plantas de casas, técnicas, tecnologias e materiais sustentáveis para construção e decoração, pois são inegáveis não só a importância e a urgência, mas, também, o retorno de investimento, o valor agregado e a qualidade de vida que são gerados por imóveis assim, no contexto da nova economia verde ou de baixo carbono.

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Um projeto de construção sustentável certificado (como, por exemplo, “Zero Emission Building”) pretende mitigar a emissão de gases de efeito estufa e teria como objetivos reduzir, reverter ou eliminar os impactos causados pelas mudanças do clima, através, principalmente, de inúmeras ações integradas. Tais como, o uso de:

  • Energias renováveis,
  • Lâmpadas LED e eficiência energética;
  • Reciclagem de materiais e uso de materiais menos impactantes;
  • Captação de água de chuva, uso racional e reuso de água;
  • Biodigestores;
  • Ventilação e iluminação naturais;
  • Integração com a Natureza;
  • Telhados verdes e jardins verticais;
  • Climatização de ambientes;
  • Gerenciamento de resíduos;
  • Tintas ecológicas;
  • Automatização de sistemas e dispositivos de redução de vazão de água;
  • Infraestrutura verde, reflorestamento, solo permeável e reservatório de infiltração; entre outras ideias sensatas e inovadoras.

 

Porém, já é comprovado cientificamente e reconhecido pelos governos de diversos países, que o cenário climático mundial está muito dinâmico, imprevisível e extremado. Medidas mais eficazes, abrangentes e adaptadoras ao novo paradigma são fundamentais, pois os impactos dos eventos, antes denominados “teorias”, estão e tendem, cada vez mais, a se tornarem mais fortes e mais frequentes, comprometendo enormemente a segurança, a vida dos seres humanos, os investimentos e a viabilidade de vários empreendimentos da área de construção. Isto já é inevitável.

Portanto, não basta só mitigar e realizar um projeto sustentável. A palavra de ordem é adaptação. Implementar a adaptação imediatamente em todas as áreas. Mas, o que seria isto? Como se pode aplicar na prática a adaptação em um projeto de construção? Quais fatores devem ser levados em conta? O que temos que (re)aprender, reinventar e assimilar?

Inicialmente, temos que ter uma visão básica e clara deste cenário climático extremado, que mais parece filme de ficção, mas que é a realidade atual e futura do Planeta, irreversível e incontestável: asseveramento de furacões e tornados, chuvas intensas, inundações, desmoronamentos, secas, tsunamis, erosão costeira, elevação do nível do mar, excesso de calor e de frio, alteração de microclimas, terremotos, vulcões, entre outros fenômenos, adicionados às suas consequências e eventos paralelos de infraestrutura, como “apagões”, falta de água, dificuldades na área de telecomunicações, de produção e de fornecimento de produtos básicos, de alimentos e de combustível fóssil, epidemias etc.

A adaptação de um empreendimento (que tem um investimento bem menor do que o da recuperação dos danos decorrentes da inação) depende, principalmente, de dois fatores: grau de vulnerabilidade e resiliência. Quanto menor a vulnerabilidade de um empreendimento e maior a sua resiliência, maior será o seu potencial de adaptação, e, portanto, de sobrevivência e sucesso nos novos tempos.

Na adaptação, as medidas não têm como objetivo somente a redução dos impactos causados ao empreendimento e sim a assimilação destes impactos, para que não haja um colapso geral. De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), “a adaptação pressupõe medidas imediatas que permitam conviver com os impactos causados por determinado evento. Em certa medida, os impactos também serão reduzidos porque seus efeitos deverão ser minimizados, mas o evento continuará a existir.”

O sucesso das medidas de adaptação em um empreendimento dependerá também de alguns fatores, como: detecção, com detalhamentos técnicos, dos riscos e dos fenômenos mais propensos de cada região; decisões estratégicas e interconectadas, e ações coordenadas; abordagem transversal do assunto; transparência e transferência de informações; consciência sobre os potenciais impactos, potenciais perdas e capacidade do empreendimento em suportar estas perdas; prevenção e planejamento; redundância de fontes de energia, água e alimentos; mudanças necessárias em áreas de risco; redução da sensibilidade do empreendimento aos extremos climáticos, alterando seu nível de exposição; aumento da resiliência do empreendimento para que ele suporte os fenômenos; eficácia e eficiência dos sistemas do empreendimento, com facilidade de manutenção; necessidade de mudanças nos modelos de concepção, design, uso e funcionamento de edificações  etc.; além de profissionais competentes, antenados, com uma nova mentalidade de coletividade, e que sejam capazes de contemplar e se guiar pela Lei da Natureza em seus projetos.

Os futuros empreendimentos, do novo paradigma climático de purificação da Terra, terão que ser autossuficientes e resistentes aos fenômenos extremados, compondo “Cidades Biofílicas”.

Além de uma oportunidade de inovar, ampliar a criatividade, a competitividade e agregar valor aos empreendimentos, os profissionais da área de construção têm uma responsabilidade específica, pois são agentes fundamentais de uma indústria responsável por 40% das emissões mundiais de gases de efeito estufa (somente relacionadas aos edifícios), indústria essa que também se relaciona diretamente com a adaptação, através da segurança da moradia diante dos eventos climáticos.

Diante deste desafio, complementando os projetos de construção, decoração e paisagismo, o design ambiental é pré-requisito indispensável em qualquer projeto de adaptação, chegando, o máximo possível, às condições mais harmônicas da Natureza, aproveitando o biomimetismo e as oportunidades e os potenciais de seus Serviços Ambientais, que proporcionam uma proteção natural ao ser humano. Vamos aprender a nos adaptar à Natureza!

Por Denize Barsted, Designer Ambiental

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