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Design Brasileiro, Agora é Chegada a sua Vez

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Uma série de fatos históricos, já acumulados, nos permitem afirmar que  estamos plenamente maduros para conquistar o mundo com o design brasileiro.

Conheça um pouco sobre a história do design brasileiro

Vamos voltar no tempo e nos lembrar da poltrona Mole, do mestre Sergio Rodrigues, designer brasileiro (1927-2014). Além de significar um dos mais emblemáticos objetos do design mundial (1957), ela representa de maneira singular o modo de viver brasileiro, com descontração, alegria, irreverência e leveza existencial.

Em uma prazerosa conversa, com Sergio Rodrigues, ele me disse “desenhei a poltrona para um amigo que gostava de refestelar-se”. Realmente, o designer seguiu a risca à encomenda. Desenhou uma poltrona que dividiu a história do design em duas partes, uma antes de Sergio Rodrigues e a Mole, e outra depois.

design brasileiro poltrona mole

A poltrona Mole desconstruiu o sentar, entregou suas correias de couro ajustáveis, almofadões e estrutura em jacarandá, aos prazeres do corpo. Rompeu o comportamento eurocêntrico, hirto, pretensiosamente racional e disciplinado. Abriu um portal de possibilidades para o universo do design. Hoje, os designers brasileiros contemporâneos possuem a poltrona Mole em seu imaginário, como um exemplo aclamado pela crítica.

Nessa trilha metodológica excêntrica, aparecem nos anos 90, os irmãos Campana. Eles inovaram, romperam padrões e criaram, entre muitas peças, o sofá Boa. Uma irreverência estética e funcional, que tem no seu DNA o design, genuinamente, brasileiro.

Sergio Rodrigues ganhou um prêmio internacional e obteve respeito no Brasil. Os irmãos Campana, no inicio da carreira, foram considerados artistas e não designers. Apesar disso, obtiveram o reconhecimento internacional, superaram as expectativas mais elevadas, venderam lixo como luxo, através da cadeira Favela.

Em 2014, o Brasil bateu um recorde histórico ao obter 25 premiações no iF Design Award, uma das premiações mais importantes do setor. Em 2015, superamos a nós mesmos e obtivemos 43 premiações em uma demonstração inequívoca de nossa capacidade criativa e de nossa potencialidade industrial.

É preciso também entender que os designers estão criando objetos para todas as classes sociais. Hoje, é possível comprar peças assinadas e produzidas em grande quantidade, com preços mais justos, como as que são desenhadas e comercializadas pelo designer Fernando Jaeger.

O design, como expressão cultural, está entrando na vida dos brasileiros por todos os segmentos produtivos, em todos os lugares, como o aprimoramento da qualidade de vida. Outro segmento do setor, o design de interiores, pode contar hoje com uma grande variedade de produtos e serviços de qualidade. Dessa maneira, evolui apoiado pelo design de produto, pelo design de superfície e oferece aos consumidores composições ambientais excepcionais, constituindo-se em uma das expressões mais brilhantes da criatividade nacional.

Dos interiores as embalagens, dos objetos ao vestuário, dos automóveis aos aviões, tudo deve possuir design. William Morris é o responsável pela noção de que o design é um instrumento de melhoria da qualidade de vida, nas suas dimensões: material (pela função prática), espiritual (pela função estética) e social (pela sobrevivência digna). Portanto, o design é cultura, criação, produção, comercialização e prazer.

O designer brasileiro vem conquistando espaço fora e dentro do Brasil, com centenas de designers em plena atividade oferecendo qualidade “made in Brazil”. Do desenho a matéria prima, cabe a todos nós, brasileiros e estrangeiros, desfrutar dessa criatividade, com orgulho.

Jéthero Cardoso de Miranda, vice-presidente da ABD – Associação Brasileira de Designers de Interiores

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