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Lúcio Costa e o Plano Piloto

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Texto escrito por Marcelo Bastos

 

Filho de brasileiros em serviço no exterior, Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa, nasceu na cidade de Toulon (França) em 27 de fevereiro de 1902. Devido às atividades oficiais de seu pai, morou em diversos países e por isto obteve uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School de Newcastle (Inglaterra) e no Collège National em Montreux (Suíça).

Em 1917, retorna para o Brasil, onde estudou arquitetura e pintura na Escola Nacional de Belas Artes, formando-se em 1924. Lúcio Costa, além de arquiteto e urbanista também trabalhou como professor, sendo nomeado diretor da Escola de Belas Artes em 1930 com a missão de renovar o ensino das artes e implantar um curso de arquitetura moderna.

Considerado no Brasil como pioneiro na arquitetura modernista, tornou-se mundialmente reconhecido pelo projeto urbanístico da Nova Capital, o Plano Piloto de Brasília em 1957. Inicialmente, o arquiteto Le Corbusier foi consultado, este considerou ser mais adequado construir a nova capital com um projeto de arquitetos brasileiros.

Para Brasília, Lúcio Costa colocava em prática conceitos modernistas de cidade:

O automóvel ficava no topo da hierarquia viária, o que facilitava o deslocamento na cidade, mesmo assim, em seus projetos ele também criou a Estação Rodoferroviária de Brasília, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes.

LUCIO1  Lúcio Costa

O plano piloto deveria considerar um lago a ser formado pela represa do Paranoá e os locais fixados para o Palácio da Alvorada, o Brasília Palace Hotel e o Aeroporto. O projeto teve sua forma inspirada pelo sinal da Cruz, o formato da área é popularmente comparado ao de um avião. Lúcio Costa, entretanto, defendeu a tese de que a capital federal pudesse ser comparada a uma borboleta.

O projeto consistiu basicamente no Eixo Rodoviário no sentido norte-sul, e Eixo Monumental no sentido leste-oeste. A criação arquitetônica dos monumentos centrais foi designada ao seu antigo aluno Oscar Niemeyer. O Eixo Rodoviário é formado pelas asas Sul e Norte e pela parte central, onde as asas se encontram sob a Rodoviária do Plano Piloto. As asas são áreas compostas basicamente pelas superquadras residenciais, quadras comerciais e entre-quadras de lazer e diversão.

O Eixo Monumental é composto pela Esplanada dos Ministérios e pela Praça dos Três Poderes, a leste; a rodoviária, os setores de autarquias, setores comerciais, setores de diversão e setores hoteleiros em posição cêntrica; a torre de televisão, o Setor Esportivo e a Praça do Buriti, a oeste.

O palácio e o hotel começaram a ser construídos em 1957 e em 1958, teve início a construção do Congresso Nacional (em estrutura metálica), do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.

Em quase sete décadas de trabalho, Lúcio Costa, dos maiores arquitetos brasileiros, forjou um legado de modéstia e inteligência, precisão e talento. Brasília, sua obra mais conhecida, foi concebida com estas quatro escalas: monumental, residencial, gregária e bucólica. Faleceu na sua casa, no Rio de Janeiro, em 13 de junho de 1998.

“Não sou, jamais fui, modernista. Aliás, tenho horror a esse conceito que me soa falso, mas sempre participei dos movimentos de renovação válida.”  

 

Conheça mais sobre a  Marcelo Bastos Arquitetura.

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