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Quarto Infantil Planejado para Ser um Cantinho Especial

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A decoração de qualquer ambiente, seja ele residencial ou comercial, é uma fonte permanente de informações e estímulos para aqueles que transitam ou permanecem nestes espaços. Através das cores, linhas, texturas, imagens e estilos, os ambientes transmitem informações que nos despertam sensações e emoções através dos sentidos. Por esta razão, é muito importante que se tenha cuidado e critério quando se elabora uma ambientação – ainda mais quando se trata do cantinho de pessoas muito especiais: as crianças.

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Extremamente receptivas e permeáveis aos estímulos externos, elas são muito suscetíveis às mensagens emitidas pelos ambientes onde se encontram. São também os pequenos que, entre os membros de uma família, mais tempo permanecem em casa, o que reforça a influência do meio sobre o seu bem-estar e sobre o seu desenvolvimento, tanto físico quanto psíquico.

Projeto por Letícia Almeida

Assim, planejar o ambiente quanto à segurança, à luminosidade, ao uso de cores, à escolha de revestimentos, ao layout e a um equilíbrio perfeito entre estímulo e relaxamento, torna-se uma tarefa essencial quando se trata de um quarto infantil. Igualmente importante é a atenção quanto às necessidades de adaptação conforme cada fase de suas vidas, uma vez que é principalmente neste cenário que as brincadeiras, os aprendizados e a imersão na fantasia acontecem. Desta forma, seguem dicas relativas à ambientação de dormitórios infantis em cada fase do desenvolvimento das crianças, para ajudar mamães e papais que se encontram empenhados nesta tarefa.

Lembrando, porém, que o melhor resultado é obtido a partir de um trabalho de equipe que alie carinho e conhecimento: mamãe, papai e um profissional de sua confiança, alinhados e empenhados em fazer do quarto planejado um ambiente de muito amor, conforto, diversão e desenvolvimento.

Veja algumas dicas para quarto infantil planejado para cada faixa etária

* Bebês: Ao saírem do aconchegante ventre da mamãe, o quarto assume um pouco do papel que o útero teve inicialmente: abrigar um ser ciente da sua vulnerabilidade. Assim, o quarto torna-se um universo muito especial, proporcionando os primeiros contatos e aprendizados em relação ao mundo físico. Para esta fase, algumas dicas:

Projeto por Letícia Almeida

– procurar colocar o berço em local em que o bebê possa visualizar a porta de entrada do ambiente (esta, aliás, é uma regra para dormitórios em geral);

– evitar colocá-lo junto a paredes que façam fronteira com a rua, ou ao lado de janelas, para que o barulho externo não atrapalhe o sono do bebê;

– evitar móveis e puxadores com cantos afiados, arestas pontiagudas e peças pequenas, que possam ser retiradas e engolidas;

Projeto por Letícia Almeida

– adotar tecidos orgânicos, como o algodão, para as roupas de cama infantil, almofadas, cortinas e outros elementos têxteis do dormitório;

– inserir elementos estimulantes (desenhos, formas e cores), que instiguem o bebê, tomando o cuidado de não exagerar, para não deixar o ambiente carregado e, em consequência, deixar o bebê ansioso;

– investir em uma base (móveis) neutra e flexível, para que, à medida que o bebê cresce, pequenas alterações, como pintura ou troca de tecidos, por exemplo, possam atualizar a decoração sem demandar grandes gastos;

* Entre 1 e 3 anos: Agora com mais mobilidade, e, consequentemente, com mais independência, a criança passa a explorar a casa e os seus espaços. Por isto, nessa fase é recomendado:

– evitar objetos pesados em prateleiras e móveis altos;

– evitar móveis soltos, que possam tombar sobre a criança caso tente escalá-lo

– colocar telas de proteção nas janelas;

– deixar luminárias e outros objetos de vidro fora do alcance dos pequenos;

– investir em móveis planejados como a cama, estante e o guarda roupa planejado para que o ambiente seja mais funcional e tenha mais espaço para criança brincar;

– observar se a quina dos móveis e/ou outros objetos pontiagudos oferecem risco à criança;

– quando possível, organizar uma área específica para as brincadeiras;

– manter os brinquedos ao alcance da criança, preferencialmente organizados em caixas específicas para esta finalidade. Já é possível ensiná-la que cada coisa tem o seu lugar, e como guardar os brinquedos ao final da brincadeira;

– já se pode imprimir um gênero feminino ou masculino) de forma mais marcante na decoração;

– incluir espaços para expressão da criatividade, como uma mesinha ou um quadro negro.

* Dos 3 aos 7 anos: Nesta fase a criança começa a realizar atividades mais sedentárias e duradouras, como ouvir histórias, desenhar, construir peças (com blocos ou sucatas). Assim, começa a utilizar mesas com mais frequência. Geralmente já ingressou na escola, então também já tem interesse por livros, letras e números.

É interessante, nesta fase:

– haver um espaço para expor trabalhos escolares;

– haver um espaço para livros;

– adotar uma bancada para atividades manuais e tarefas escolares;

– substituir o berço pela cama;

– envolver a criança nas escolhas relativas ao espaço, no que diz respeito a cores, temas, personagens e objetos. Ouvi-la nestas escolhas vai fazê-las se sentirem importantes e confiantes.

* Dos 7 aos 12 anos: Fase de estudo/aprendizado e de convívio/socialização. Por isto, além da área destinada ao repouso, é importante:

– haver uma área para estudos e outra para lazer;

– para o estudo, é positivo criar um ambiente agradável para esta atividade: móveis práticos e confortáveis, iluminação adequada, itens à mão. Conforme o caso, o espaço para um notebook já deve começar a ser pensado;

– como o crescimento neste período é acelerado, móveis com alturas reguláveis tornam-se aliados dos bolsos dos pais, por permitirem ser utilizados por mais tempo;

– quanto à sociabilidade, além de um espaço livre no quarto, quando possível, é também interessante pensar em alguns almofadões no chão para favorecer as conversas, um espaço para jogos (eletrônicos, inclusive), aparelho de som e cama de hóspedes para receber os amigos.

Por Letícia Almeida, Designer de Interiores e Especialista e mestre em Psicologia

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